sexta-feira, 3 de julho de 2009


“(...)
Ele: Eu sei o que está havendo aqui.
Ela: Sabe?
Ele: Sei.
Ela: Então por favor me conte! Me explique, pois eu não sei
Ele: Você está chateada com os problemas que você tem em casa e isso está te deixando estressada.
Ela: Ah...
Ele: Que foi? Não é isso?!
Ela: Não é só isso.
Ele: O que é então?
Ela: Nada
Ele: Fala! Eu sei que tem algo te incomodando.
Ela: Não é nada de mais, deixa pra lá. Já falei.
Ele: Se não fosse nada de mais você não estava assim.
Ela: Assim como?
Ele: Triste, estressada, com um certo mau humor e as vezes dando patadas e foras nas pessoas.
Ela: hahahaha eu to assim é?
Ele: Está sim e você sabe muito bem disso. Agora vai, me conta logo o que houve. Você sabe que você pode me contar tudo né?!
Ela: Eu sei.
Ela pensa “saber eu sei, mas acho que eu realmente não posso te contar tudo... Como que eu vou contar para você que eu acho que você é o problema?”
Ele: Se você sabe, então porque você não conta? Fica fazendo essas caras, me deixa preocupado, começa a chorar do nada... Eu juro que eu não te entendo. Você não disse que tinha superado ele? Tá parecendo que ele é o problema...
Ela: Eu acho que eu superei, mas você sabe que esse tipo de coisa não se supera completamente... E não é ele o problema...
Ele: Qual é o problema então?
Ela: Deixa pra lá...
Ele: Não! Para de palhaçada, me fala logo o que está havendo com você.
Ela: Eu já disse que não é nada, me deixa.
Ela andando na frente, quase correndo. Ele a alcança, a puxa pelo braço, olha fundo em seus olhos e toma fôlego.
Ele: O problema sou eu?
Ela desvia o olhar. Como encarar aquele olhar tão profundo, doce e penetrante numa pergunta dessas?
Ele: O problema sou eu, então?
Ela: Não, o problema sou eu.
Ele: Não entendi.
Ela: Ueh, o problema sou Eu, qual a dificuldade de entender?
Ele: Eu não acho que o problema seja você...
Ela: Ah... Então qual o problema então se não sou eu?
Ele: Eu não sei... Você não quer me contar. Eu ainda acho que eu sou o problema.
Ela: Porque você seria o meu problema? Me diz!
Ele: Não sei... Você anda estranha comigo. Você está estranha, mas comigo você as vezes parece mais estranha do que o normal...
Ela: Como assim?
Ele: Ueh... Você briga comigo do nada, parou de me contar algumas coisas, faz mistério sobre outras coisas. Eu não entendo.
Ela: Desde quando eu preciso te contar tudo?
Ele: Desde nunca. Mas você costumava contar...
Ela: Você costumava me dar mais atenção.
Ele: Ah... Então o problema é esse? Falta de atenção?
Ela: Não seu bobo! Pára de palhaçada.
Ele: Então qual é?
Ela: Ai ai ai... Você sempre foi chato assim?? *risos*
Ele: Sempre! Você deveria saber disso.
Ela: Hahahaha! Seu bobo.
Ele: Sou bobo mesmo. Só assim eu consigo fazer você rir.
Ela: *risos* Ah, você sabe que isso não é uma coisa tão difííícil assim...
Ele: Ultimamente tem sido um pouco sim. Já te falei que você tem andado séria.
Ela: Isso é coisa da sua cabeça.
Ele: Hahahahaha! Agora isso é coisa da minha cabeça?!?!
Ela: É, sim! Do jeito que você é maluco *risos*
Ele: Eu que sou maluco é?!
Ela: É, você que é maluco! Um maluco apaixonante!
Ele percebe o tom que ela fala apaixonante e a leve coloração que vai surgindo sob a pele dela. Ela tenta disfarçar, não sabe se ele percebeu o que ela acabou de falar. Ela dá risadinhas, mas ela sabe que mesmo que ele tenha percebido, não é bom que ela se iluda pois a chance disso terminar, do jeito que ela quer, são pequenas para ela.
Ele sorri e a abraça.
Ela sorri de volta, aconchega a cabeça no peito dele e fica pensando como é bom o abraço dele. Quando ele a abraça ela se sente protegida. Como se nada do mundo pudesse ultrapassar aquele abraço e atingi-la.
Ele a segura e repousa sua cabeça sobre a dela, aspirando o doce aroma que seus cabelos exalam. Ele pensa no que fazer pois não quer magoá-la, mas ao mesmo tempo ele não chega a nenhuma conclusão, pois ele sabe que mesmo que ele queira, ele não pode fazer muito por ela.
Ela pensa em como ele ainda não tinha descoberto tudo... Era só ele ligar os fatos! Era só ele prestar atenção...
(...)”

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