sábado, 12 de novembro de 2011

Indivíduo - Por Andressa Pimentel

O mar revolto me leva 
para onde não quero ir
a televisão ensina:
pense pouco antes de agir
Não é o que eu queria
não vivo como eu penso
o que prezo vira ódio
me drogo nesse veneno.
Meu cabelo é errado
e não gostam dos meus tons:
tom de voz,tom de pele
tonalizem todos nós.
Eu amei mulher,
eu amei homens,
eu amo a miséria e adoro o perdão
o meu credo é angolano
eu não sigo o seu Jesus.
E em todos os contextos
calam minha opinião
e em todo dialeto
o governo me diz 'NÃO'.
Se você acha que é livre
não se engane:abra os olhos
tem grades nessas janelas
cadeados junto as portas.
E se o SEU pensamento
vai contra o estatal
você é um CRIMINOSO
perseguido como tal.
Não existe lado certo
não se espelha em outro rosto
convenções que eu não fui
não merecem meu apoio.
Prostitutas,travestis,viciados,excluídos
todos frutos de um sistema
esse que os alimenta
pois adora o errado
mas o erro não aceita.
Estalo lânguida a boca seca
o cigarro queima os dedos
fluo feito uma nascente
por baixo dos azulejos.
Azulejos condescendentes
hipócritas e mesquinhos
desejando estar na rua
pra pecar sem serem vistos.
Se reprovam o meu jeito
com um riso de escárnio
é inveja porque vivo
sem ligar para o que falam

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